Tenho sido repetitivo nas últimas semanas, mas tenho a convicção que não podemos cobrar tanto dos nossos atletas, sobretudo aqueles de esportes individuais, sendo que falta tanto apoio do governo brasileiro. Apoio decente de patrocinadores fortes. Aliás, um cara que normalmente vem de origem humilde, prospera a custa do próprio suor e conquista uma medalha tem que ser considerado um verdadeiro herói. E não estou nem falando do futebol, que já chegam nos Jogos consagrados e milionários. Ah, antes que me cornetem, o nome do grande herói dessa semana é o ginasta Arthur Zanetti.

Presidente do COB está no poder há quase duas décadas

As pessoas só se ligam como é vergonhoso o investimento do governo no esporte brasileiro quando chegam as Olimpíadas. Já repararam como são sempre os mesmos atletas que defendem o Brasil? No tênis de mesa o Hugo Hoyama já disputou umas 300 vezes os Jogos. É mole? Cadê a nova geração da modalidade? Pra falar a verdade ele só é um exemplo do que acontece com frequência. Absurdo! Está na hora das nossas autoridades reverem seus conceitos e investirem mais em todos os setores do esporte. Afinal seu crescimento extingue muitas coisas ruins, socialmente falando, como a criminalidade e as drogas.

Para começar os trabalhos poderíamos trocar logo de cara o presidente do COB. Chega de Nuzman! Pelo amor de Deus! Esse cara já deu o que tinha que dar. Está fechando duas décadas no comando da entidade e não fez nada de representativo. Bacana de repente seria colocar um ex-atleta visionário no lugar dele. Alguém que chegue para dar uma contribuição pra valer e deixe de ficar fazendo politicagem por aí.

E outra: um país com o poder econômico como o nosso não pode ficar em uma posição tão vergonhosa no quadro de medalhas. Afinal como uma delegação viaja com 500 caras e volta com meia dúzia de medalhas? O que é isso? Vergonha total! Acorda Brasil! Chega de mesmice! Vamos mudar pra melhor!

Assisti mais uma vitória do Brasil nas Olimpíadas. Dessa vez o sacode foi no fraco time da Nova Zelândia. E muito mais do que analisar jogadas e a qualidade individual dos jogadores (que é algo indiscutível!), prefiro dizer que nunca uma medalha de OURO ficou tão fácil de ser conquistada. Claro que essa afirmação partindo de mim, que perdi o título maior em Seul 88, parece até dor de cotovelo. Mas juro que não é.

Olha só, a Argentina nem se classificou para Londres. Também não temos Alemanha, Itália e Rússia. Das tradicionais equipes africanas, como Camarões, Nigéria e Gana, nenhuma está disputando os Jogos. A Seleção da Espanha, que chegou favorita como o Brasil, foi eliminada na primeira fase do torneio. Ou seja, daqui pra frente nossos “temidos” adversários serão Honduras, Japão, Coréia do Sul ou o México. É brincadeira??? Ah, e não vou nem falar os britânicos, que já levaram um coro em um amistoso recente.

Portanto mais do que nunca tenho a convicção que ficaremos com esta glória inédita. O que fatalmente perpetuará o trabalho do Mano até a Copa de 2014. O grande problema é que nesse caso não temos um grupo forte formado para a disputa de um Mundial, onde reencontraremos as maiores potências do futebol.  Talvez o treinador utilize boa parte do grupo olímpico. Não sei. Mas o OURO de agora não é parâmetro de sucesso lá na frente.

Assisti na íntegra o jogo do Brasil contra a Bielorrusia e fiquei muito contante com o que vi. Ao contrário da estreia contra o Egito, que era uma Seleção bem mais fraca, o time do Mano tocou a bola com precisão e soube armar as jogadas de gol com eficiência. Sofreu um pouco no primeiro tempo, é verdade. Mas quando voltou para o etapa final o ímpeto dos caras era outro. A dupla Neymar-Oscar jogou demais e com a qualidade individual desequilibrou a partida. Aliás, o que foi aquela assistência de calcanhar para o terceiro gol? Pelo amor de Deus!

Neymar foi um dos destaque da vitória brasileira

Outra coisa que gostei bastante também foi a personalidade do treinador para neste momento trocar o centroavante. Ele não gostou da movimentação do ataque com o Leandro Damião e colorou o Pato. E de fato as coisas melhoraram. E não é que o atacante colorado seja o culpado pelo futebol pobre apresentado no primeiro jogo. Não é isso. Simplesmente taticamente o jogo rendeu mais com outro cara. Só isso.

E se fosse o Mano eu manteria o mesmo time para o jogo contra a Nova Zelândia na próxima quarta-feira. O adversário não é lá essas coisas, mas ao menos é bom para treinar e nos classificarmos em primeiro lugar do grupo. Assim encarar um adversário mais tranquilo nas quartas-de-finais dos Jogos Olímpicos. E sempre lembrando, hein? Apesar de ter reencontrado um caminho promissor, não existe nada garantido. Se o Brasil não conquistar uma medalha fatalmente o comandante será trocado. Pra falar a verdade a pressão pelo ouro é tão grande que tenho minhas dúvidas se um bronze ou uma prata resolveria.

Neymar deixou a marca dele contra o Egito

Não quero parecer nostálgico, mas sou do tempo em que encarar o Egito era amistoso para golear e treinar a equipe. Até aí foi o que o Brasil pareceu fazer nessa estréia dos Jogos Olímpicos de Londres. Enfiou logo três de cara. Mas depois pareceu pesar esse inicio de competição. Muitos erros de passe. Quando fui dar por conta os africanos tinham marcado duas vezes. Uma vergonha para uma equipe que tem defensores tão valorizados como Thiago Silva (vendido ao PSG por dezenas de milhões de euros) e Marcelo, titular do sempre galáctico Real Madrid. Motivo para desespero? Nem tanto. Ainda prefiro por a culpa na estréia.

Só tem uma coisa: se o Brasil apresentar essa mesma bolinha no restante do torneio, certamente não chegara nem na final. E para um grupo tão qualificado quanto o nosso, isso tem significado de fracasso total.

Por essas situações que não vejo o Mano tendo fôlego para chegar no cargo ate a Copa de 2014. Agora é obvio que individualmente o Brasil é muito superior aos rivais no quesito técnico. Por isso ainda me resta esperança de dias melhores. Me impressiona ver como o futebol mudou tanto, viu? Tomar dois gols do Egito é piada!

A Seleção Brasileira entra em campo nesta quinta-feira para encarar o Egito na estreia nos Jogos Olímpicos de Londres. A expectativa é enorme para a conquista de uma inédita medalha de ouro. E  apesar da pressão enorme da opinião pública, poucas vezes vi um grupo tão forte tecnicamente. Sobretudo na parte ofensiva, que tem no ataque Neymar, Ganso, Leandro Damião, Oscar, Lucas, entre outras jovens estrelas. Digo por experiência própria que os adversários que disputam o torneio são mais fortes do que se imagina. Em 88, na Coréia do Sul, encaramos grandes equipes como Alemanha e a antiga URSS. Dificuldade enorme! Mas perdemos na final para os soviéticos e voltamos com a prata. Só espero que dessa vez o Mano acerte a mão e monte um time competitivo. Caso contrário a CBF vai mudar muita coisa. Não tenho dúvidas disso.

Ouvi muita gente criticando o Mano Menezes por ter divulgado a lista de inscritos da Seleção Brasileira nos Jogos Olímpicos e subentendido que Paulo Henrique Ganso será reserva do Oscar. Para os mais desavisados, o santista usará a camisa 16 enquanto o craque colorado ficará com a disputada 10. Pode falar a verdade? Se futebol é momento o treinador acertou nessa escolha. Principalmente porque o jogador do Peixe está há muito tempo em uma ‘nhaca’ mostra. O cara não vem demonstrando nem de perto os recursos técnicos e táticos que fizeram dele em pouco tempo ser considerado um dos maiores jogadores do País. Pelo contrário! Tem forçado uma barra tremenda para ser negociado.

O colorado Oscar será o camisa 10 do Brasil em Londres

Em contrapartida o Oscar tem atuado muito bem pelo Internacional. Vem fazendo gols decisivos e participando ativamente dos jogos de seu time. Jogador por jogador, sinceramente, sou mais o Paulo Henrique Ganso. Ele tem mais recursos e uma inteligência tática totalmente diferenciada. Mas não dá pra negar que o Oscar é mais dedicado. E outra: o jogador do Inter é um baita camisa 10! Foi ele inclusive o responsável pelo pentacampeonato mundial da Seleção Sub-20 na última temporada. Lembram? Fez os 3 gols da final contra Portugal.

É claro que a numeração por si só não significa muita coisa. Se o Ganso apresentar nos treinamentos uma bola que mereça a titularidade, ele será o meia-armador da equipe. Independente do número que ostente às costas. De repente, apesar de retranqueiro, o Mano poderia optar por um esquema com os dois ao mesmo tempo. Vai saber. Eu iria gostar. Só que o mais importante é que os dois estejam no auge da forma para ajudar o Brasil a conquistar essa inédita medalha de ouro em Londres. Vou ficar na torcida.

Estádio Olímpico de Londres

Por Felipe Kieling
Direto de Londres, Inglaterra

Olá Neto! Estive no Estádio Olímpico aqui de Londres. Ele é bem moderno e tem capacidade para 80 mil pessoas. Foi construído exclusivamente para a Olimpíada, mas os ingleses estão preocupados com o futuro dele após o evento. O motivo do receio é que essa obra de quase R$ 1,5 bilhão vire um elefante branco. A ideia inicial é repassar para algum clube, mais ou menos como fez o governo do Rio, que cedeu o Engenhão para o Botafogo após o Pan Americano.

O time que tem mais chances de ficar com o estádio é o West Ham – aquele que o argentino Tevez jogou assim que saiu do Corinthians. Mas o clube Leyton Orient e um arquiteto londrino entraram com ações judiciais contra essa decisão e o processo voltou à estaca zero. Com isso a definição só acontecerá após os Jogos Olímpicos. A principal preocupação do COI é que o estádio seja repassado a um administrador e não seja um problema do estado.

Eu acho que essa deve ser uma procupação do Brasil para 2014 durante a Copa e principalmente depois dos Jogos de 2016. Vamos construir vários estádios e muito dinheiro público será usado. Só para citar um exemplo, o ‘Ninho de Passáro’, o estádio Olímpico de Pequim, na China, está sendo super pouco aproveitado. Um prejuízo tremendo! Tomara o Brasil saiba aproveitar toda a grana que será investida e aprenda com os erros dos ingleses, que certamente virão.

Por Felipe Kieling
Direto de Londres, Inglaterra

Olá Neto! Nesta terça-feira estive no evento que o COI organizou em Londres para sortear os grupos do futebol masculino e feminino nos Jogos Olímpicos. Um mega evento!! Jornalistas do mundo inteiro. As mulheres brasileiras caíram no grupo E, com o Reino Unido, as donas da casa, além de Nova Zelândia e Camarões. Já a equipe do Mano Menezes são cabeças-de-chave do grupo C, com Biolurrússsia, Nova Zelândia e Egito. O estádio de Wembley é de arrepeiar. Além de transbordar história é super moderno.

De quebra, durante a cobertura, consegui uma entrevista rápida com o Ronaldo Fenômeno. Como sabemos ele é bem íntimo da TV Globo. Mesmo assim fiquei esperando até chegar a vez do meu bate-papo com ele. Espero que goste.