De campanha recordista a números questionáveis. Assim foi a passagem do Atlético/MG do primeiro para o segundo turno nesse Campeonato Brasileiro. Mas coincidência ou não a queda de rendimento dos mineiros aconteceu justamente no mês de setembro. Ficou concentrado nesse período. Quer dizer, entrou no mês como líder absoluto da competição. Aí fez oito jogos e venceu apenas dois. Ainda perdeu três e empatou outras três partidas. Ou seja, pífio aproveitamento de 37% dos pontos disputados. Muito distante dos mais de 75% da primeira metade do torneio.

Ronaldinho fez 3 gols contra o Figueirense

Foi só entramos em outubro para o resultado vir com juros e correção monetária. Afinal um 6 a 0 não acontece todo dia. Independente do adversário estar quase rebaixado. Pouco importa. O Galo arrebentou! E com direito a três gols do Ronaldinho, que deu um verdadeiro show de bola! Aliás, se futebol é momento, se continuar assim ele merece voltar para a Seleção, hein?

Vejam bem, o ‘Setembro Negro’ do título do post não tem nenhuma referência com aquela organização militante. Nada a ver. Só me refiro ao mês que foi triste para a campanha maravilhosa que o Galo vinha fazendo. Se vai ter reviravolta na tabela só as próximas rodadas dirão. Mas vou ser sincero, do jeito que as coisas vão, apenas um milagre tira esse título do Fluminense. Ainda mais porque se manteve regular o tempo todo, apontando pouquíssimas quedas de rendimento. Sinal de elenco forte, ao contrário do Atlético, como já havia dito aqui, diga-se de passagem.

Fred é artilheiro do Brasileirão com 14 gols

Analisando os jogos do Fluminense, líder do Brasileirão, não entra na minha cabeça a ausência do Fred na Seleção Brasileira. Pelo amor de Deus! O cara em poucas temporadas já é um dos maiores goleadores da história do clube das Laranjeiras. Vem batendo todos os recordes. Nesse campeonato ele encabeça a artilharia com 14 gols (ao lado de Bruno Mineiro da Lusa). Tudo bem que existe aquela história do atacante ter dado um migué no técnico Mano Menezes para conseguir uma dispensa. Lembra disso? Foi em setembro do ano passado. Ele não atuou no empate contra a Argentina pelo Superclássico das Américas. Só que três dias depois o camisa 9 atuou os 90 minutos contra o Bahia pelo Brasileiro.

Pois é, mentira tem perna curta. Fred acabou sendo entregue pelo próprio pai. É brincadeira??? Mas calma lá! Pelo certo ou errado, fato é que todo rancor tem limite. O treinador não pode privar o Brasil de um atacante da qualidade dele. Se aconteceu algo entre os dois, que sentem e conversem como gente grande. Algo mais ou menos parecido com o que aconteceu com o lateral Marcelo do Real Madrid. As histórias, por sinal, são bem parecidas. Só que na ocasião o Mano interceptou um e-mail do jogador querendo se ausentar da Seleção.

Mas ainda assim, independente da carência na posição, o jovem ala do time merengue voltou a vestir a amarelinha. Ou seja, porque com o Marcelo o rancor foi deixado de lado e com o Fred não? Estranha essa história. Vale a reflexão!

A política interna de plenajamento do Internacional deve ter mudado alguma coisa. Não possível! Se nas últimas temporadas os gaúchos eram exemplo em remontar equipes competitivas e alcançar resultados expressivos, agora em 2012 tem feito uma campanha bem comum nesse Brasileirão. Ou seja, gastou uma baita grana em reforços, entre eles o uruguaio Diego Forlán, craque da última Copa, e não obteve nada de positivo.  Aliás, vieram Juan, Dagoberto, Rafael Moura, Marcos Aurélio e até inventaram o Fernandão como técnico. Em uma baita trairagem com o Dorival Junior, diga-se de passagem. E pra que? Para ser sexto colocado? Pouco, hein? Muito pouco.

Forlán nem de longe lembra o craque da última Copa

O empate contra o Santos, na Vila, fez o Colorado praticamente dar adeus a uma vaga no G-4. E não é nem pelos oito pontos que o separam do Vasco faltando apenas 10 rodadas para o fim da competição. Mas principalmente pelo futebol fraco que vem apresentando. O mais curioso é que o Peixe ainda estava sem o Neymar. O que significa dizer que se o ‘Jóia’ estivesse em campo provavelmente os gaúchos perderiam. Ouço muita gente falando de uma dependência do Inter no argentino D’Alessandro. Fico me perguntando se é pra tanto. Claro que o gringo é bom jogador, mas com tantos outros de qualidade no elenco isso não deveria acontecer, né?

Outro ponto de destaque é que ultimamente quem tem decidido os jogos são desconhecidos do grande público como o volante Josimar e o atacante Cassiano. É brincadeira? Pra piorar o torcedor Colorado tem visto o aquirrival Grêmio na contramão dessa história. O Luxemburgo pegou a equipe arrebentada, deu padrão de jogo e vem colhendo bons resultados. Já é o terceiro colocado na tabela com a vaga na Libertadores praticamente assegurada. Dizer mais o que? São altos e baixos de uma rivalidade eterna.

Antes do jogo entre Náutico e Corinthians, no estádio dos Aflitos, em Recife, uma história chamou a atenção da mídia que estava por lá. O volante Paulinho, talvez hoje o segundo maior jogador do País (atrás apenas de Neymar), reencontrou seu pai após mais de 14 anos de ausência. Visivelmente emocionado e orgulhoso, o senhor que ali estava dizia poucas palavras. Com os olhos cheios de lágrimas, preferia ver com atenção o grande homem que o filho havia se tornado. Já Paulinho tentou até controlar a emoção antes da partida, mas depois caiu nas lágrimas. Algo normal para quem é de carne e osso e também é pai.

O que mais gostei é que ao falar sobre o pai ausente, que teria separado da mãe e ‘sumido’ com outra mulher, ele demonstrou uma maturidade impressionante para um rapaz de 24 anos. Disse que compreendia a atitude e que aquilo não fazia dele menos pai. Realmente bacana. Aliás, a história do volante corintiano é um exemplo clássico de tantos outros jogadores que temos pelo País. Uma garotada que tem dificuldade de ter uma referência paterna. Algo que dificulta até na formação da personalidade das crianças. Parabéns ao Paulinho! É por isso que esse cara vai ter carreira longa e vitoriosa. É gente decente. E sabem do que mais? Ele é Paulinho porque é filho do Paulo. Sim, o nome do jogador é José Paulo Bezerra Maciel Junior. Não precisa falar mais nada, né?

Meus ‘pitacos’ dessa 28ª rodada não poderia deixar de começar com o clássico do Morumbi, né? Baita jogo! E deu Tricolor graças a atuação fantástica do setor ofensivo. Um 3 a 0 que dá um quebrada na euforia do Verdão, que do dia pra noite já achava que estava com a Seleção Brasileira. Calma lá! Ainda acredito que o time alviverde pode fugir dessa situação incômoda, mas só tinha vencido equipes mais fracas. Precisa por os pés no chão. E pra falar a verdade esse resultado estava até no planejamento do técnico Gilson Kleina. Decisão mesmo é contra o Coritiba na próxima rodada. Se vencer acho que escapa. Se perder ou empatar, já era!

Ah, o que dizer o Luis Fabiano, hein? Vive machucado, cheio de lesão, só que quando entra em campo é fenomenal. Faz gol direto. Impressionante. Se ele continuar no time duvido que o Tricolor não belisca essa vaguinha no G-4. Se bem que o Vasco, o quarto colocado, venceu o lanterna Atlético/GO com mais um gol do monstro Juninho Pernambucano. Péssimo para os paulistas, já que permanecem os quatro pontos de vantagem dos cariocas.

Nessa briga quem praticamente deu adeus foi o Inter. Empate péssimo com o Santos dentro da Vila Belmiro. Ainda mais porque o Neymar nem estava em campo. No Recife o Corinthians até tentou jogar, mas foi dominado pelo Náutico durante boa parte dos 90 minutos. Analisando com coerência, os pernambucanos tiveram as melhores chances de gol. O Timão ainda teve raça pra levar o empate durante um bom tempo. Mas no final o Ralf fez o gol contra o definiu o resultado. Aliás, nesse jogo achei que o Tite substituiu muito mal e teve participação direta na derrota. Péssima jornada do comandante corintiano.

Um pouco mais tarde o Atlético/MG deu um baile pra cima do Figueirense e praticamente selou o rebaixamento dos catarinenses. Show de Ronaldinho Gaúcho, que fez três gols. É claro que o Galo já está na Libertadores do ano que vem. Só um desastre enorme impediria isso. Mas título começo a achar difícil. Sinceramente. O Fluminense é a equipe mais regular do Brasileirão. Pra encaixar dois jogos ruins é quase impossível. E o Fred? Pelo amor de Deus! O cara está demais! Metendo gol quase todo jogo. Voltou a artilharia e de quebra manteve os seis pontos de vantagem dos cariocas na liderança.

Logo atrás vem o Grêmio do Luxa, que pra mim também garantiu uma vaga no G-4. Aliás, acho que dificilmente as primeiras posições serão alteradas. Pode acontecer, claro! Mas faltando só 10 rodadas é difícil.

Juninho fez 13 gols pelo Vasco até aqui em 2012

Que me desculpem o trocadilho, mas no futebol atual o lema do meu amigo Sérgio Reis também vale:  ‘Panela velha é que faz comida boa!’. A bola que o Juninho Pernambucano está jogando é impressionante! Como os anos de futebol tem feito bem para ele, viu? Aos 37 anos o meio-campista do Vasco está prestes a bater o próprio recorde de gols em uma única temporada pelo clube carioca, onde ele estreou em 1995.

Faltando ainda 11 jogos para o fim do campeonato, o Reizinho, como é conhecido por lá, já balançou a rede 13 vezes, como em 96, ano em que atuou mais. Ou seja, em média de gols, trata-se de seu melhor momento em São Januário. Isso sem contar a liderança positiva que ele exerce entre os companheiros. Conquistar o título nacional o Vasco não vai. Até pela larga diferença de 12 pontos que o líder Fluminense encaixou sobre o rival. Mas a vaga para a Libertadores de 2013 está na mão. Mesmo com o São Paulo e o Inter na cola. Basta ter a cabeça no lugar e não se desesperar. E certamente o experiente meia contribuirá muito para a conquista desse objetivo.

O engraçado é que no meio ainda tem gente com preconceito por causa da idade avançada. Que coisa, hein?

Para esclarecer de uma vez por todas as dúvidas dos torcedores sobre o planejamento do Corinthians para o Mundial de Clubes do Japão, recebemos nos estúdios do UOL Esporte o Duílio Monteiro Alves, diretor-adjunto de futebol do clube. Filho de um dos maiores cartolas da história do Timão, Adílson, ele contou um pouco de seu passado, falou do trabalho em geral que executa e revelou também a intenção do Corinthians em renovar o contrato com o técnico Tite antes do final do ano. Por ter vivido de perto, falou sobre a situação do Adriano Imperador no esporte. Vale a pena acompanhar mais esse ‘Papo Reto’, que vai ao ar todas as quintas-feiras, ao vivo, a partir das 17 horas. Não perca!

Uma situação que deixa bem clara a falta de educação do torcedor brasileiro aconteceu na rodada do Brasileirão do último final de semana. Não dá pra generalizar, mas o que dizer da atitude de parte da torcida do Coritiba, que quase bateu em uma menina de 13 anos só porque ela queria a camisa do são-paulino Lucas? Totalmente ridículo! O cara é ídolo nacional. Tem muitos fãs! Não apenas são-paulinos. Mas o dito País do futebol, que realizará a próxima Copa do Mundo, nos apresenta casos como esses. Às vezes me pego pensando se algum dia nosso povo terá educação suficiente para compreender que não precisa matar por causa do futebol. Que é apenas esporte e precisa ser encarado como tal. Com tranqüilidade e rivalidade sadia. O que aconteceu no Couto Pereira é o fim da picada!

Ignorância no Pacaembu: Toda rivalidade é saudável desde que não extrapole o limite da violência ou da babaquice. Vejam o caso do turista escocês que foi ver o jogo do Corinthians contra o Sport. Só porque estava com a camisa do time dele, o Celtic, que tem a cor verde (a mesma do arquirrival Palmeiras), foi alvo de muitos xingamentos. Teve de ser retirado pelo policiamento para não ser agredido. Isso é coisa de gente civilizada? Para vai!

O ‘Superclássico’ foi cancelado por falta de luz

A falta de energia elétrica no estádio cancelou aquela que seria a grande final do ‘Superclássico das Américas’. Pra falar a verdade, ainda antes já tinha ficado com uma pulga atrás da orelha quando soube que o jogo seria em Resistência, uma cidadezinha pequena do interior do País. Afinal porque ali? Quem ganha levando um baita jogo desses para um lugar tão sem estrutura? Pois é, só quem faturou foram os presidentes das confederações. Os jogadores ganharam sim cansaço mental e um sentimento enorme de vazio. Derrota mesmo tiveram os clubes brasileiros e argentinos que pagam os salários dos caras e não tiveram ninguém seguindo os cronogramas de treinamento. Ridículo! Um exemplo claro da falta de organização e respeito que impera no futebol dos dois países. E agora? Como ficamos?

Sempre deixei clara minha opinião sobre o processo de reformulação da Seleção Brasileira. O Mano Menezes não tem conseguido montar um planejamento que agrade o torcedor. Pra falar a verdade a qualidade técnica apresentada está muito aquém da tradição do futebol brasileiro. E isso tem muito a ver com o estilo do treinador de montar sua equipe, que desde os tempos de clube se comportou de forma defensiva. Lembram dos trabalhos no Grêmio e no Corinthians? Pois é, mas apesar disso gosto do meu País. Gosto da Seleção. E vou torcer sempre pelo sucesso dela. Independente de qualquer coisa.