Victor Andrade e Neílton perderam espaço no Peixe

Acho que ninguém discute que no atual momento o Santos é o clube que melhor trabalha a categoria de base. Não à toa acumula uma geração de craques atrás da outra. Depois da turma fantástica de Pelé, Coutinho e Pepe, vieram os ‘Meninos da Vila’ com Pita, Juary e João Paulo; Diego e Robinho e por último a marcante dupla Neymar e Ganso. Pois então, essa nova molecada que vem surgindo também é muito boa de bola. Hoje o técnico Oswaldo de Oliveira trabalha com meninos de qualidade como Gustavo Henrique, Jubal, Alison, Alan Santos e principalmente Geuvânio e Gabriel, que estão arrebentando. Compõem a base do atual líder do Campeonato Paulista.

O problema é que alguns deles já se acham gênio de bola. Vejam os casos do Victor Andrade e o Neílton. São meninos de qualidade que tinham tudo para estourar no futebol mundial. Estão até com prioridade de compra por parte do Barcelona. Rolo que fez parte da negociação com Neymar. Mas o ego misturada a má influência de empresários está fazendo eles ficarem para trás na equipe santista. O Neílton inclusive já estaria com os dias contados no clube.

A verdade é que o Santos tem uma política padrão de renovação com a molecada da base. Mas esses dois, que ainda não fizeram nada no futebol de tão excepcional, já se acham compatíveis ao Neymar. Querem um baita aumento salarial. Aos poucos foram perdendo espaço com o técnico. Aí fica difícil, né? E isso não é exclusividade do Peixe. Está cheio de garoto bom de bola que é mal influenciado por empresário de ‘zóio’ grande.

Essa situação é muito ruim para o Peixe, mas é bem pior para os meninos.

Leandrinho é revelação da nova safra santista

Com a goleada diante do Bragantino o Santos se consolidou na liderança do Paulistão. Supera o Palmeiras pelos critérios de desempate. E o segredo dessa boa campanha é mais uma vez a molecada criada na Vila Belmiro. Com o respaldo do técnico Oswaldo de Oliveira e a experiência de nomes como o do goleiro Aranha, do lateral Léo e do meia Cícero, o jovens estão arrebentando. O que dizer do Gabriel, que com apenas 17 anos vem fazendo um gol atrás do outro? E os zagueiros Jubal e Gustavo Henrique? São muito bons! Tem ainda Alan Santos, Alison, Leandrinho e muitos outros. Ah, ia esquecendo do Geuvânio? Pelo amor de Deus! Faz gols com uma facilidade incrível!

Queria saber o que os caras colocam na água lá na Baixada Santista, viu? Afinal, ora bolas, só sai dali jogador bom de bola. Tudo começou com a geração do Pelé, Pepe, Coutinho, etc. Esses nem contam, né? Mas depois vieram os ‘Meninos da Vila’ com Pita, Juary e João Paulo. Jogaram muita bola no final da década de 1970. Depois a dupla Robinho e Diego encantou o Brasil no título do Brasileirão de 2002. O mesmo aconteceu com Neymar e Ganso, que conquistaram quase tudo nos últimos anos. Êita lugarzinho pra nascer craque. E tudo indica que mais uma turma vem por aí.

Gabriel Barbosa é um dos artilheiros do Peixe no Estadual com 4 gols

Ele não gosta de ser chamado de Gabigol (prefere Gabriel Barbosa), por isso vou deixar a referência só para a manchete do post. A verdade é que não consigo ver esse menino esquentando o banco de reservas do Santos. Aos 17 anos ele tem qualidade e personalidade reservada aos grandes jogadores do futebol brasileiro. Ao lado do Cícero é o artilheiro da equipe no Paulistão com 4 gols. Nesse clássico de domingo ficou evidente que o time melhorou demais quando ele entrou em campo. O poder de fogo aumentou demais.

Quer dizer, sei que é difícil tirar da equipe titular o Leandro Damião. Até pelo investimento milionário feito no cara. Pra falar a verdade nem sei se esse é o caminho. Mas o Oswaldo tem que se virar para o Gabriel jogar. Até para a valorização profissional do menino, que é patrimônio do clube. Talvez com a saída do Neymar e do Ganso ele talvez seja o melhor representante do excelente trabalho feito pela categoria de base do Peixe. Impressionante o que nasce de moleque bom de bola por lá. Gabriel é destaque em uma turma que ainda inclui Alan Santos, Alison, Jubal, Gustavo Henrique, Leandrinho, Lucas Otávio, entre muitos outros.

Neílton é uma das novas revelações do Peixe

Não cheguei a ver a turma de Pelé no auge da forma física. Mas pelas imagens que passam na TV fica nítido que eram jogadores diferenciados. Não à toa o Santos foi soberano durante pelo menos duas décadas. Mas nos anos 80 acompanhei de pertinho o surgimento da geração de Pita, Juary e João Paulo. A primeira turma que ficaria conhecida como ‘Os meninos da Vila’. Com um futebol rápido e envolvente o Peixe conquistou o Paulistão de 78 e decidiu o Brasileirão de 83.

Depois viria a turma de Robinho e Diego, que além de conquistar dois Brasileiros, devolveu o orgulho do torcedor santista. Não demorou muito e pintou a dupla Paulo Henrique Ganso e Neymar. Pelo amor de Deus! Esses dois caras redefiniram qualidade técnica no País e conquistaram muitas taças. Entre as quais o tricampeonato Paulista e a Libertadores da América.

Mas não bastou a saída dos dois para que mais uma geração de craques surgisse no clube. Todo mundo fala do Neílton, até pelas comparações com Neymar. Só que além dele tem uma safra sensacional!  Só para citar alguns, estiveram em campo contra o Crac pela Copa do Brasil o zagueiro Gustavo Henrique (excelente!), os volante Alison, Alan Santos e Lucas Otávio, além dos meias Leandrinho, Pedro Castro, Léo Cittadini e o atacante Giva. Todos muito bons. Deram conta do recado.

Pra falar a verdade estava na dúvida se essa molecada conseguiriam suprir a ausência do ex-camisa 11, mas depois de ver atentamente alguns jogos percebi sinais claros de evolução. Óbvio que ainda precisam ser lapidados. Só a experiência trará isso. Mas aos poucos vão recolocando o Peixe no caminho das vitórias. Muito em função também do técnico Claudinei Oliveira, que vem dando respaldo para que isso aconteça.

Só me impressiona o trabalho constante que é feito na base santista. É craque chegando atrás de craque. Seria a ação direta dos olhos de ex-jogadores e ídolos que trabalham ali ou simplesmente é a água que bebem na Baixada? Tem gente que acredita na segunda opção, mas fico com a primeira.

Meninos da Vila de 1978

No próximo sábado, dia 14, o Santos Futebol Clube comemora 100 anos de sua fundação. Uma história recheada de conquistas e glórias! E graças a Deus tive a oportunidade de fazer parte dela, já que vesti a camisa do clube em 1994. Confesso que longe do brilho que sonhava ter. Uma pena. Ainda assim tenho um respeito enorme por todos os craques que passaram por lá.

A maioria das pessoas coloca a turma do Pelé como imbatível. Até pela categoria do Rei e por tudo o que conquistaram nas décadas de 60 e 70. Os mais jovens estão na pilha de assistir o brilhantismo do Neymar e do Ganso. Por sinal, esse time do Muricy Ramalho é o melhor do País atualmente. Ao menos no quesito técnico. Ainda existiu a geração do Diego e do Robinho, que conquistou o Brasileirão de 2002 de forma surpreendente. Uma molecada realmente boa de bola e que encaixou um grande futebol.

Mas para mim, Neto, ninguém agradou mais que a primeira versão dos “Meninos da Vila”. Aquele pessoal do final da década de 70, com João Paulo, Juary, Pita e Nilton Batata, encantou o público em geral. Até os torcedores rivais. Eu particularmente, que iniciava minha carreira de jogador na base do Guarani, me inspirava demais nesses caras. E vejam só como sou sortudo: ainda tive a oportunidade de jogar ao lado do Pita no São Paulo em 87 e do João Paulo em 89. Aliás o Papinha da Vila é injustiçado até hoje. Ao lado do Serginho Chulapa ele é o maior artilheiro do Peixe na Era ‘Pós-Pelé’ com 104 gols. Pouca gente lembra disso.

É claro que fatalmente eles serão ultrapassados pelo Neymar no número de gols (o atual camisa 11 tem 96). É óbvio também que as outras gerações foram mais vitoriosas no quesito títulos. Mas como opinião cada um tem a sua, meus preferidos nesse vasto arquivo de estrelas santistas são aqueles que foram campeões estaduais em 78. Ficarão para sempre na minha lembrança. Veja só um pouquinho dessa história: