Renovar até que ponto?
Neto
Lembro até hoje das críticas de quando o Brasil foi eliminado pela Holanda na Copa da África em 2010. Quase todos os analistas eram unânimes em dizer que a Seleção precisava de renovação. Eu também disse isso. E precisava mesmo! Mas até que ponto, hein? O que vejo hoje nos convocados do Mano Menezes é um monte de moleque sem referência. Não existe no grupo brasileiro um jogador de larga experiência com a camisa amarela. No último Mundial estavam Daniel Alves, Thiago Silva e Ramires, jogadores que ainda compõe o elenco atual? É verdade. Mas os três estão longe de ter a mesma 'tarimba' de um Kaká e Luis Fabiano, por exemplo.
Aliás, continuo achando que esses dois caras citados podem ser importantes para esse processo de renovação. O Fred, que esteve na Copa de 2006, também pode trazer uma experiência bacana. E o Robinho? Porque não? O cara é titular do Milan, um dos maiores clubes do mundo. Não podemos descartar esses nomes. Até porque não vejo com bons olhos jogar tanta responsabilidade para garotos de 19 ou 20 anos. E é justamente aí que deveria entrar a competência do treinador, que precisa ter a percepção disso.
Na ocasião de 2010 já falava que precisávamos mesclar a Seleção. O Dunga na reta final acabou envelhecendo muito o grupo. Não deixou 'ativo' para a competição seguinte, como fez o Felipão, que, só para citar um caso, convocou o Kaká para 2002 com apenas 20 anos. O comandante de 2010 optou por levar Grafite, Michel Bastos, Gilberto, Luisão, Kléberson e outros veteranos. Nomes que certamente não seriam aproveitados quatro anos depois.
Por isso a pergunta cabe nesse momento: até que ponto vale renovar tanto o grupo? Não era o caso de aproveitar alguns jogadores importantes de outros 'carnavais'?