Nem Neymar resolveu contra bolivianos

Já ouvi muitos especialistas explicando os efeitos que as altas altitudes podem ocasionar ao corpo humano. Eles vão desde a queda de temperatura (ficando mais frio o ambiente) até o aumento da pressão arterial e a falta de ar na hora de respirar. Só que normalmente elas são mais evidentes em locais a mais de 4 mil metros acima do nível do mar. Bom, quem sou eu para avaliar a capacidade intelectual desses caras, mas já passei por isso na pele nas vezes que joguei em lugares mais altos como Quito, La Paz e Bogotá e nunca senti absolutamente nada.

Posso falar? Não é nenhum bicho de sete cabeças. Se a equipe souber se preparar com antecedência, não acontece nada fisicamente. O máximo que pode pintar é a bola correr mais rapidamente, devido ao menor atrito com o ar. Nos tempos de jogador atuei pelos Millonarios da Colômbia. Morei em Bogotá, que é a terceira capital do mundo com maior altitude do planeta Terra, e nunca tive nenhum problema relacionado com isso.

Estou falando sobre esse tema porque sempre que uma equipe brasileira vai disputar uma competição sul-americana começa a mesma 'lenga-lenga'. Ah, esse é o 'inimigo altitude'. Para vai! Que ridículo! Tudo bem que despreparado pode rolar uma certa limitação física. Mas a técnica tem que compensar. Pra falar verdade isso pra mim soa como muleta para uma possível derrota. O Santos, por exemplo, perdeu para os bolivianos do The Strongest no finalzinho por 2 a 1. E todo mundo colocou a culpa na altitude. Que isso! O Peixe jogou bem, mas se tivesse mirado melhor nas dezenas de chances que perdeu, tinha vencido. Aquilo não foi altitude, foi grossura mesmo.

Portanto não tem conversinha fiada. Hoje todos os clubes do País estão mais do que calejados para esse tipo de situação. A altitude é um mito superado.