Kaká fez apenas 3 gols em sua segunda passagem pelo Tricolor

Esses dias escutei um colega dizendo que o São Paulo de 2015 não consegue deslanchar porque perdeu o Kaká para o futebol norte-americano. Como costuma fazer muito comentarista letrado por aí eu resolvi recorrer aos números para tentar explicar um pouco essa situação. Me deparei com o seguinte resultado: em pouco mais de seis meses de empréstimo o atual armador do Orlando City vestiu a camisa do Tricolor em 24 oportunidades, marcou três gols e deu apenas uma assistência. Convenhamos que são números fraquíssimos. Ainda mais para um jogador do porte dele.

Isso significa que foi desastrosa a segunda passagem do Kaká pelo São Paulo? Pra mim sim. Poderia ter feito mais gols. Mas reconheço que com ele em campo a engrenagem da equipe funcionava melhor. Não só na experiência de anos atuando no futebol europeu como também no estilo de se lançar dentro de campo. Ele facilitava o trabalho de muita gente do meio-campo. O próprio Paulo Henrique Ganso, por exemplo, brilhava mais porque tinha mais liberdade e espaço para criar. O volante Souza, então, nem se fala. Se transformou em um monstro na posição! Com lugar cativo até na Seleção Brasileira. Isso muito em função do jeito de atuar do antigo companheiro de clube.

Muricy hoje carece de um jogador como o Kaká no elenco. O time até está vencendo, mas não convence a torcida. Se continuar assim, bem ao estilo Mãe Dinah, prevejo dificuldades para o Tricolor no próximo Brasileirão.

Em 2014 Fabuloso marcou 15 gols em 26 partidas

Apesar do Luis Fabiano ser atualmente o terceiro maior goleador da história do São Paulo com 193 gols, ele surpreendentemente ainda encontra uma certa rejeição por parte dos torcedores tricolores. Segundo os corneteiros de plantão o motivo principal seria pelo fato dele não decidir nos momentos mais importantes do clube. Ou seja, em fases finais de campeonatos. Na verdade isso é uma baita conversa fiada, né? Afinal só louco para criticar um atacante que é artilheiro de quase todos os campeonatos que disputa.

Em 2014, só pra se ter uma ideia, o camisa 9 são-paulino tem a incrível marca de 15 gols em 26 partidas. Foi o maior goleador do Paulistão com 9 bolas nas redes adversárias. E curiosamente desde que ele se lesionou durante a paralisação da Copa o time nunca mais teve a mesma força ofensiva. Isso mesmo com os badalados Alan Kardec e Alexandre Pato em campo. Coincidência? Não acredito. Pra mim está mais do que comprovado que esse time do Muricy é dependente dos gols Fabuloso.

Vejam só, na última rodada o São Paulo somou apenas um ponto após o péssimo empate contra o Criciúma. Só o Pato teve pelo menos 5 chances claras de gol. Pensem comigo, quantas dessas jogadas o Luis Fabiano concluiria no gol? Pelo menos umas 2 ou 3. Só aí já viraria goleada o jogo. Evidente. Esse cara sempre foi diferenciado e merecia ainda ter feito parte do grupo da Seleção na última Copa. Agora preciso perguntar: apesar de tudo isso, por que não está jogando? O que está acontecendo? Se o time precisa dele, ele precisa se manter à disposição. Senão a cobrança das malas virá em dobro.

Diretoria montou um elenco de peso e não vem pagando salários em dia

Há algum tempo dei a notícia de que os salários do São Paulo estavam atrasados e fui bombardeado nas mídias sociais e aqui no Blog. Vieram cartolas desmentirem informação e tudo passou batido. Mas ontem um jogador do próprio Tricolor me contou que os direitos de imagem do elenco estão três meses atrasados. Isso mesmo! O soberano e imponente clube do Morumbi, que sempre foi exemplo de planejamento e organização, está com os SALÁRIOS ATRASADOS sim. Curiosamente nesta terça-feira o Cartão Verde da TV Cultura recebeu o presidente Carlos Miguel Aidar. Ele usou um baita discurso político e ignorou o mais importante: cadê a grana dos caras?

O mais curioso nessa história é eles gastaram uma fortuna pra repatriar o Kaká, enfiaram a mão no bolso para tirar o Paulo Henrique Ganso do Santos, acharam que fizeram o negócio da China trocando o Jadson pelo Pato, passaram a perna no Palmeiras levando o Alan Kardec. Ou seja, montaram um super-time. Mas e agora? Vai ficar sem pagar os salários desses jogadores? Tá de brincadeira, né?

E não adianta vir me encher o saco dizendo que invento informação. Que quero colocar lenha na fogueira. Não tem nada disso. Foi jogador do elenco que me contou e disse que a boleirada está ‘P’ da vida. Não tem conversa mole. Ninguém está mentindo. A direção pode ser boa em tentar tapar o sol com a paneira. Mas a verdade tem que ser dita: o São Paulo está devendo! E quem deve tem que pagar! Começo sinceramente a não acreditar no sucesso desse time. Afinal sem pagamento não há tranquilidade para trabalhar. Não tem como pensar o contrário.

Já vi de tudo no meio esportivo. Tem cada coisa de fazer a gente ficar de cabelo em pé. Mas vou ser sincero que presidente mandar agredir torcedor, nunca tinha visto. Confesso que tenho uma admiração enorme pelo Juvenal Juvêncio. No tempo em que joguei pelo Tricolor ele era diretor de futebol e sempre se mostrou extremamente competente e profissional. Aliás, logo que assumiu o comando do clube encaixou um tricampeonato brasileiro impressionante. Pra consagrar qualquer cartola. Mas acho que de uns tempos para cá a situação ficou insustentável. Irregularidade do time dentro de campo tudo bem, mas quebrar pau com associado é o fim da picada. Vejam abaixo as imagens exibidas nesta segunda-feira no ‘Os Donos da Bola’ da Band e tirem suas próprias conclusões.

Leão aponta para o rumo certo

Nunca me dei bem com o Leão. Desde quando ele era meu treinador. Se tratava de um cara autoritário e extremamente arrogante. Mas de uns tempos para cá as coisas mudaram. Tenho visto ele tratando bem a boleirada. Talvez uma serenidade que chegou com a idade. Sei lá. Mas é fato que ele tem feito um bom trabalho no São Paulo. Podemos até questionar os reforços que chegaram, sobretudo os zagueiros. Podemos questionar também as falhas do goleiro Dênis. Mas que culpa o comandante tem de ter perdido seu principal líder em campo? Nenhuma. Não teve nem tempo de repôr a altura. Mas taticamente a equipe está bem postada. Isso é inegável.

Por isso acho exagero de algumas pessoas pedirem a cabeça do treinador. Ainda mais porque o Tricolor foi eliminado pelo Santos do Neymar, que pra mim é a melhor equipe do continente. Contra a Ponte Preta, pela Copa do Brasil, a história é outra. Certamente a motivação também será outra. É uma chance mais do que real do São Paulo retornar a Libertadores após duas temporadas ausentes. Ah, claro, e consagrando uma geração com um título inédito na galeria do clube.

Se por alguma razão eles não conseguirem superar a Ponte, aí sim vai existir motivos de Caça às Bruxas. Provavelmente o Leão não fiquei nem para o início do Brasileiro. Até porque vale lembrar que quando ele chegou no CT, em sua primeira coletiva, pediu quatro meses para poder desenvolver um planejamento. E esse tempo lhe foi dado. Portanto agora não existe mais desculpas. Certo Leão? Só que por enquanto ele e a equipe dele ainda tem crédito. Ainda. Vamos aguardar…