Libertadores é obsessão? Nem sempre foi assim…
Neto
O Corinthians já está em Buenos Aires para encarar o Boca Juniors pela final da Libertadores. Os argentinos conquistaram seis vezes o que hoje é a grande obsessão do torcedor alvinegro. Pra falar a verdade essa taça é a grande obsessão de todo e qualquer clube brasileiro. Mas nem sempre foi assim. Em 1991, por exemplo, eu jogava pelo Timão quando encaramos o mesmo Boca pelas oitavas-de-finais da Libertadores. Naquela ocasião a equipe gringa tinha grandes jogadores no ataque, como Gabriel Batistuta e Diego Latorre. Mas para ser bem sincero nem queríamos saber daquele campeonato. Nosso foco estava na disputa das finais do Estadual.
O torcedor mais jovem deve estar rindo. Afinal como pode uma Libertadores ser menos importante que um Paulista? Pois é, acredite! É isso mesmo. Apenas em meados dos anos 90, até impulsionado pelo Bi do São Paulo em 92/93, os clubes começaram a disputar com mais afinco a competição continental.
Lembro que não pude estar em campo em Buenos Aires, no jogo da tal 'La Bombonera'. No mesmo dia estava defendendo a Seleção Brasileira em um amistoso contra a Romênia. Dá pra acreditar? Modéstia a parte eu era o principal jogador da equipe e a diretoria não fez a menor questão de brecar a convocação. Imaginem se fosse hoje! Daria um rolo danado!
Apesar da luta, perdemos por 3 a 1 na Argentina. O Giba fez nosso gol de penalti. O Batigol deitou e rolou naquele dia. Na volta, no Morumbi, empatamos e nos livramos daquele martírio de disputar mais uma competição que só tinha objetivo de arrecadar dinheiro. Passadas duas décadas tudo mudou. O torneio cresceu. Justamente, talvez. E já está mais do que na hora do Corinthians conquistar esse título. Pelo menos assim acaba toda essa pressão desnecessária e descabida.