Existe prioridade sim!
Neto
Pode soar como um migué danado, mas quando o Tite diz na coletiva que o Corinthians perdeu para o Galo porque os jogadores ainda estão focados na Libertadores, faz total sentido. Joguei bola por 20 anos e entendo perfeitamente o que ele está falando. Por mais que o sujeito queira sempre vencer, a concentração que a equipe fica para uma competição importante acaba atrapalhando no bom desempenho da outra (menos importante). Ou seja, ao eliminar o Vasco na Libertadores é como se tivesse acontecido um relaxamento natural do grupo. Por isso em princípio fui até meio contra o treinador escalar boa parte dos titulares nesse jogo de BH.
É claro que de forma alguma isso justifica o péssimo futebol apresentado pelo Élton, Douglas e Willian Arão. Esses caras tinham a obrigação de jogar bem. Até porque estão atuando muito pouco na Libertadores. Mas fizeram papelão! Vejam o exemplo do Santos. Também tem escalado um mistão nesses jogos iniciais do Brasileirão e sofre para alcançar bons resultados. O time do Muricy acumula dois empates sem gols na competição. Imaginem se o Neymar estivesse em campo contra o Sport neste domingo. Duvido que os pernambucanos segurariam aquela retranca.
Na temporada passada o mesmo Santos chegou a ficar na zona de rebaixamento do campeonato nacional. Sorte que venceu a Libertadores e conseguiu dar um gás no final para fugir da posição incomoda na tabela. Mas para falar a verdade todo ano acontece a mesma coisa. Não tem jeito. Faz parte da natureza do jogador de futebol esse tipo de relaxamento. A solução para isso talvez fosse enxugar um pouco as competições e adequar o calendário. Ou, claro, montar elencos de qualidade com capacidade para disputar duas competições simultaneamente. Caso contrário, vale sim a pena priorizar. É um mal necessário.
Só acho ridículo ver alguns especialistas contestando as declarações do treinador corintiano. Falando que ele está inventando desculpas para as derrotas. Só estando na arena para ver como essas coisas são complicadas. Muito mais do que se imagina.