Muricy disse não à Seleção de Ricardo Teixeira

No dia de sua reapresentação ao Corinthians, o Mano Menezes criticou duramente a forma como foi tratado na Seleção Brasileira. Disse sem medo de errar que não tem pretensões de voltar ao cargo nos próximos 10 anos. Talvez em referência ao comando da entidade e a forma como foi tratado no período. O Emerson Leão, que dirigiu o Brasil em 2001, também falou a mesma coisa. Muitas pessoas podem supor que isso só teria acontecido porque ambos foram mal no exercício do cargo. Tipo dor de cotovelo. Mas, coincidência ou não, há algum tempo o Dunga teve o mesmo discurso. Se decepcionou pelo tratamento que teve pela CBF mesmo após ter conquistado praticamente todos os títulos que disputou.

Se levarmos em consideração que o Muricy Ramalho já virou as costas para o convite do ex-presidente Ricardo Teixeira, chegamos a conclusão que dirigir a Seleção não tem mais o mesmo glamour de antes. Ou melhor, não atrai os grandes treinadores do País como nas últimas décadas. Afinal quando poderíamos imaginar alguém dizer NÃO para um convite como esse?

Analisando friamente os únicos técnicos que nas últimas duas décadas nunca falaram nada contra a CBF foram Parreira e Zagallo. Até o Felipão, atual comandante, foi duro com a Confederação após o pentacampeonato de 2002. Deixou claro que existia muita coisa errada por lá.

A verdade é que antes um convite para ser técnico do Brasil era tratado como uma convocação de guerra. Hoje é uma baita bucha, precisa fazer amém pra meio mundo e dar a cara para bater em mídia mundial. Talvez não valha mais tão a pena. Os profissionais de alto nível estão percebendo isso.

Muricy teve reunião com Teixeira

Estive ontem na Pizzaria 1900, no bairro do Jardins, em São Paulo, onde a Rádio Bandeirantes transmite ao vivo o programa ‘Esporte em Debate’ todas as segundas-feiras a partir das 20h. Lá eu, Leandro Quesada, Estevan Ciccone e Alexandre Praetzel recebemos Muricy Ramalho, atual técnico do Santos. Muitas coisas foram ditas por ele, algumas delas reveladoras. Certo é que ele é sempre um bom papo, principalmente pela sinceridade e transparência.

Entre muitos assuntos, o comandante santista contou com detalhes o episódio que quase lhe assegurou o cargo de técnico da Seleção Brasileira. Disse ele que saiu da reunião com Ricardo Teixeira com tudo apalavrado. Só faltava um acerto do próprio Muricy com a diretoria do Fluminense. Só que mal sabia ele e boa parte da imprensa que o chefão da CBF não se dava bem com o Roberto Horcades, cartola do clube carioca. Ou seja, uma picuinha boba entre os dois freou o acordo. Até porque nunca vi na minha vida algum time impedir técnico de ir para a Seleção. Uma pena. Ainda mais vendo que o trabalho do Mano não correspondeu até aqui.

Só que a resenha não acabou aí. Muricy afirmou categoricamente que pretende abandonar a função de treinador daqui a quatro anos. Quem sabe até dirigindo a Seleção, já que ainda não abandonou o sonho de estar por lá. Detonou a concentração, só para variar. De quebra antecipou uma novidade interessante para a torcida do Corinthians. Ao ser perguntado se o Peixe estava interessado no atacante Romarinho, revelação do Bragantino no Paulistão, ele confirmou. Mas disse que o jogador é caro e que provavelmente acertará com o Timão.

Adorei falar com ele, que é um cara gente finíssima! É por caras como ele que torço para fazer sucesso no futebol.