Idolatria tem limite?
Neto
Durante a última Copa do Mundo fui muito crítico ao Dunga pelo comportamento dele no comando da Seleção Brasileira. Mas não tem como negar que ele desenvolveu um bom trabalho no período. Conquistou muitos títulos! Como treinador do Inter ele também iniciou o trabalho com vitórias. O problema é que em algum momento a coisa desandou, os resultados não vieram e ele acabou demitido. Teve muita pressão negativa e torcedor colorado chamado ele de burro. Isso mesmo! Um ídolo do clube saindo do Beira-Rio pelas portas do fundo.
Essa atitude me fez lembrar de outros casos e fiquei pensando: até que ponto vale a pena um ídolo como jogador se arriscar a voltar no clube como técnico ou dirigente? Vejam só, lá no Inter mesmo o Falcão seu deu mal e também foi vaiado. Dá pra acreditar? O Renato Gaúcho hoje está muito bem como treinador do Grêmio, vice-líder do Brasileirão. Mas o que será dele quando começar a perder? Vão xingar o cara? Vão xingar um dos maiores ídolos (se não for o maior) por causa do rendimento de técnico? E o que ele fez no passado? O torcedor sabe separar?
Fico impressionado como os dirigentes do Flamengo conseguiram contratar e demitir o Zico em questão de pouco meses. Sem o menor respeito com um dos grandes mitos da história do futebol. O Roberto Dinamite, hoje presidente do Vasco, é um dos mais xingados nos jogos de São Januário. E de pensar que trata-se do maior ídolo do clube de todos os tempos.
Os casos são muitos. Mas é duro ver como a idolatria de uma vida inteira pode ser jogada fora em questão de dias. O torcedor esquece muito rápido tudo o que o cara fez no gramado. Toda dor sentida em anos de bola. Êita futebol cruel!