Pra jogar no Tricolor precisa ser bonito? E bola?
Neto
Em entrevista à Rádio Bandeirantes o Sr. Carlos Miguel Aidar, atual presidente do São Paulo, disse em alto e bom som que estaria planejando contratar o meia Kaká porque esse jogador tem o estereótipo do são-paulino: bonito, culto e com todos os dentes na boca. Ou seja, completamente diferente da aparência de boa parte dos jogadores brasileiros. Mas a verdade é que o cartola estava sendo irônico e de certa forma preconceituoso.
Fico pensando se essa é a forma correta de um presidente de clube pensar. Afinal desde que mundo é mundo o jogador de futebol tem que ser escolhido pela bola que joga. Se for bom fica, se for ruim sai. Simples assim. Mas para o Aidar tem que ser bonito. Curioso isso, hein? é fácil lembrar de ídolos recentes como Zetti, Raí e Kaká, caras considerados bonitos pela mídia especializada. Mas o que dizer dos outros? O que falar do Luís Fabiano? Não é um cara bonito. Não serve para o Tricolor?
Vou ainda mais atrás. E Leônidas da Silva, o grande mito da era 'pré-Pelé'? Jogou muito tempo no São Paulo. Não servia porque não era um galã? Serginho Chulapa, maior artilheiro da história do clube com 242 gols, também nunca foi exemplo de beleza. Não serve para jogar no time do Sr. Aidar? Para vai! Muitos craques do Tricolor foram feios de doer.
O futebol é tão provocativo e tumultuado entre os torcedores mais sem noção que fico revoltado quando dirigente de futebol vem a público aguçar mais ainda esse tipo de coisa. É claro que ele vai se defender dizendo que não teve ironia nas palavras. Mas teve sim. Quem conhece de futebol sabe muito bem disso.