Causos da bola: antidoping no futebol era coisa de “bêbado”
Neto
De uns tempos para cá o esporte mundial cresceu assustadoramente. A grande exposição do futebol, por exemplo, ligado ao crescimento financeiro da modalidade talvez tenha feito muitas pessoas serem desonestas para alcançar resultados satisfatórios. É o tal do doping, palavra muito presente no nosso cotidiano. Mas os métodos de antidopagem que hoje são bem rigorosos, antigamente utilizava maneiras mais antiquadas de se obter o resultado final.
Lembro perfeitamente que na época em que eu jogava os caras levavam caixas de cerveja para o antidoping. Era a maneira mais prática de forçar o atleta a fazer o 'xixi' rápido. O que eles demoraram pra entender é que a grande maioria da boleirada usava aquele recinto como uma espécie de bar. Ou baladinha, pra usar um termo mais moderno.
Me recordo de ter caído no antidoping em um jogo do Corinthians contra o Grêmio em Porto Alegre. A delegação do Timão tinha vôo fretado de volta para São Paulo duas horas depois do término da partida. Quando descobri que meu parceiro de doping era o goleiro Ronaldo (hoje comentarista de futebol da Band) não tive dúvidas. Cheguei nele e falei: ''Frangueiro, segura a onda aí pra mais tarde a gente aproveitar a noite gaúcha''. Poxa vida! Nada mais justo já que tínhamos vencido naquela tarde.
Dito e feito. Ficamos e voltamos só no dia seguinte. O mais curioso é que todo mundo fazia a mesma coisa. Só que ninguém tinha coragem de falar. Que me desculpem os responsáveis da época, mas aquilo de fato era uma várzea. Pelo que tenho visto esse é um dos setores do esporte que mais evoluiu. Hoje pra enganar esses caras do antidoping só fazendo mágica.
Ah, antes que me xinguem de cachaceiro é bom dizer que não ponho uma gota de álcool na boca há 13 anos. Desde que minha filha mais velha nasceu. E posso falar a verdade? Foi a melhor coisa que fiz na minha vida!