Era quase certo que aconteceriam picaretagens na organização da Copa do Mundo de 2014. Afinal alguém em sã consciência acreditava que nesse País corrupto e infestado de impunidade as coisas seriam tão diferentes? Para vai! Mas juro que tentei imaginar que depois da roubalheira do Pan do Rio as coisas poderiam mudar. Meu coração foi infestado daquela paixão pelo esporte. Algo lúdico talvez só sentido por um ex-jogador. Entendem? Imaginei também que as obras de infraestrutura melhorariam a vida da população. Mas deixei de trabalhar com a razão. Deu no que deu. O brilhante repórter do UOL, Vinícius Segalla, investigou e apurou a sacanagem que aconteceu em Cuiabá, no Mato Grosso. Uma empresa pagou uma baita grana para o Governo do Estado para ''vencer'' a licitação para uma obra da Copa (mais em http://uol.com/bbcFFm).

Maracanã e sua obra faraônica

Pra falar a verdade essa deve ser só a pontinha de um iceberg muito maior. Há menos de um ano da Copa das Confederações não temos nada pronto. Nada! Fora as obras faraônicas e bilionárias nos estádios. Um rolo danado que logo mais deve ser descoberto. Por sinal a prática de dinheirinho extra é muito comum em órgãos públicos. Muito mais do que possamos imaginar. No esporte também é assim! O que tem de empresário e aspone que leva grana de jogador não é mole não.

Pra mim o que fica dessa história é o desgosto que o Mundial pode dar ao povo brasileiro no futuro. Não digo nem na parte técnica, que ainda pode ter evoluções com o Mano Menezes. Mas o desfalque de verbas públicas que veremos no nosso País será uma coisa astronômica. Arrisco a dizer que suficiente, por exemplo, para extinguir a fome no Brasil e colocar todas as nossas crianças nas escolas. Por isso acho que alguém deveria tomar uma atitude. Nossa presidente Dilma, quem sabe. Senadores honestos (existem muitos, acreditem!) talvez.

Posso falar a realidade? Se nossas autoridades tirassem a Copa do Brasil, dada tamanha sacanagem com o povo, não ficaria nem um pouco triste. A pergunta que não quer calar é a seguinte: ainda dá pra desistir?