Marketing x Custo-benefício
Neto
A vida inteira defendi a tese de que os clubes de futebol deveriam observar a relação custo-benefício antes de efetivar a contratação de algum jogador. Ou seja, se o cara é bagunceiro e encrenqueiro dificilmente trará lucro futuro. A não ser que jogue bola e surpreenda, é claro! Mas curiosamente, principalmente após a boa aposta do Corinthians no Ronaldo, os departamentos de marketing dos clubes estão forçando a chegada de caras consagrados, que, na maioria das vezes, já estão na fase descendente da carreira esportiva.
Vejam só o caso do Flamengo, que trouxe o Ronaldinho para ganhar uma baita grana. O volante Willians, por exemplo, não deve ganhar 10% dos rendimentos do companheiro e é muito mais útil para o treinador. Agora querem repetir a bobagem com o Adriano, que recebeu R$ 4 milhões nessa última temporada em salários do Corinthians e não produziu nem 1% de qualquer outro atacante do elenco. É brincadeira???
O Palmeiras fez a mesma coisa. Investiu um dinheiro absurdo no Valdívia (grana que nem tinha nos cofres, por sinal) e é obrigado a ver o Marcos Assunção e vários outros jogadores rendendo bem mais em campo. D'Alessandro no Inter e o Montillo no Cruzeiro também são valorizados em excesso pelo marketing de seus respectivos times. Dão um trabalhão para bancar seus salários mas em boa parte não ajudam a recuperar essa verba. Que coisa!
A única conclusão que posso chegar é que diretor de futebol tem que investir em realidade. Ou apostar em alguém barato que possa trazer retorno positivo. Afinal investir em medalhão em fim de carreira ou em má condição física é uma atitude perigosa e extremamente irresponsável. Aliás, nem sempre ouvir o departamento de marketing é sinal de evolução e bons negócios.