No meu tempo a gente corria de bicicleta
Neto
Tem muita gente descendo a lenha no atacante Emerson Sheik pelo atraso no treinamento do Corinthians desta segunda-feira. Criticaram até a questão do helicóptero, que será uma ostentação desnecessária. Já penso diferente. Por mais que realmente tenha pisado na bola na questão do horário, algo que pode acontecer, achei bacana a atitude dele de chegar a qualquer custo. De querer aparecer no treino. De querer trabalhar. O companheiro dele, o Adriano, por exemplo, não atrasa. Ele falta logo e se justifica por telefone. Foi assim em 42 sessões de fisioterapia no ano passado.
Cansei de ver ao longo dos meus quase 20 anos de carreira gente chegando atrasado. Faltando, então, nem se fala. Agora chegar de helicóptero é a segunda vez. O Viola fez isso uma vez quando morava em São Paulo e jogava no Santos. Lembro que o Luxemburgo, na época o técnico do Peixe, ficou uma arara com ele. A mesma coisa aconteceu dessa vez com o Tite. O engraçado é que no meu tempo os caras iam correndo de bicicleta para não pegar o trânsito. Como as coisas mudaram, não?
E o migué no meu tempo era incrível na hora de dar as desculpas ao treinador. O Ezequiel, ex-volante do Corinthians, matou a vó dele umas quatro vezes. Sem exageros. Tem uma tia dele que morreu umas duas. Ele era o rei nisso. Certa vez colocou até a culpa no cachorro dele que morreu afogado na piscina. É brincadeira??? Só que pra não passar vontade ele já ficava de luto uns três dias. Mas essa atitude do Emerson de aparecer pelo céu, mesmo atrasado, foi legal. E muito engraçada, diga-se de passagem.