Temos que respeitar o tempo do Rivaldo
Neto
Não vou entrar na polêmica da discussão entre o Rivaldo e o Müller. Até porque são dois caras que tenho o maior respeito. Agora me sinto obrigado a me posicionar quanto a suposta aposentadoria do ex-são-paulino. A realidade é que a única pessoa que pode decidir se o Rivaldo tem ou não que pendurar as chuteiras é ele mesmo. Ninguém pode fazer isso por ele. Se ele está jogando bem ou se está com problemas físicos (até devido a seus 39 anos), isso quem tem que analisar é o contratante. Ou seja, no caso, o clube da Angola.
O Rivaldo é um dos maiores jogadores da história do futebol mundial. Foi eleito pela Fifa o melhor do planeta em 1999 e se manteve no auge durantes mais de uma década. Nesse período foi o camisa 10 das campanhas da Seleção Brasileira nas Copas do Mundo de 98, no vice da França, e em 2002, no título na Coréia/Japão. Isso, é claro, além da medalha de bronze dos Jogos Olímpicos de Atlanta em 96.
Muita gente criticou a longevidade da carreira do Rivaldo. Escutei do técnico Paulo César Carpegiani e de muitos especialistas que ele não tem condições físicas de suportar mais esporte de alto rendimento. Sinceramente tenho minhas dúvidas. Até porque nos poucos minutos que entrava nos jogos do Tricolor ele rendia bem mais que os colegas de setor.
Agora na Angola se ele vai arrebentar ou não, isso é irrelevante. Se ele está buscando um contrato bom para melhorar ainda mais seu pé de meia, isso também pouco importa. É a vida do Rivaldo que está em jogo e ninguém tem nada a ver com isso. E olha que não tenho procuração para defender o cara, hein? Só acho que as pessoas deveriam respeitar mais a aposentadoria dos jogadores. Até porque é quase um sentimento de funeral. Sem exageros.