Treinador foi demitido nesta sexta-feira

Depois da derrota na primeira final da Recopa, o óbvio aconteceu. O Ney Franco acabou demitido do São Paulo após quase um ano de trabalho. Na teoria muito torcedor tricolor pode concordar com essa atitude. Mas analisando friamente tenho minhas dúvidas. Afinal nessa trajetória como comandante ele conquistou quase 60% dos pontos disputados e levantou a taça da Copa Sul-Americana de maneira invicta.

Claro que o Ney cometeu alguns equívocos no percurso, sobretudo nessa final contra o Corinthians onde ele não demonstrou a mínima confiança no treinamento que vinha realizando. Mas ainda assim tenho um pé atrás. Principalmente porque o que mais a diretoria do clube tem somado nesse tempo são erros e lambanças. Pelo amor de Deus! Já contrataram duas dezenas de laterais e uma colação de meias. Não acerta ninguém! Pagaram uma fortuna pelo Ganso que mal entra em campo.

E a atitude com o Luis Fabiano? Quase limaram o cara de graça. Para vai! A direção, na figura do Sr. Adalberto Batista, tem pisado muito na bola. Ah, não tenha dúvida que o presidente Juvenal Juvêncio também tem sua parcela de culpa. Aliás é exatamente nesse ponto que questiono a demissão do Ney Franco. A montagem do elenco foi tão nas coxas que não sei se outro cara acertaria isso aí. Teremos a comprovação nas próximas semanas. Quem será que virá: Muricy, Autuori ou Luxa, hein?

Jogadores comemoram gol do atacante Guerrero

Acompanhei atentamente esse duelo entre São Paulo e Corinthians pela primeira final da Recopa Sul-Americana. Posso falar a verdade? O técnico Ney Franco teve três semanas para montar um esquema tático sólido e com 45 minutos já tinha jogado tudo para o espaço. Brincadeira, né? Ou seja, entrou com o Douglas como lateral e o Ganso na armação. Poxa vida! Não demorou nada e ele já inverteu tudo colocando o Wellington e o Aloísio. Que isso!? Não tinha confiança no que estava fazendo? Mesmo perdendo um comandante precisa ter suas convicções. E mesmo que não dê certo, mude uma peça ou outra. Mas alterações tão radicais? Para vai!

A verdade é que o Timão soube jogar com inteligência e atacou com eficiência. Construiu um placar de 2 a 1 mas poderia ter sido mais. Só o Romarinho perdeu uns dois gols feitos. E o golaço do Renato Augusto? Pelo amor de Deus! O cara teve uma baita visão de jogo para perceber o Rogério adiantado e deu um lindo toque por cobertura. Ultimamente cobrei a presença dele em campo que estava muito tempo parado. E só nesse pouco tempo que esteve no Morumbi deu pra perceber sua importância para a equipe.

Ah! Vamos combinar que os caras salvaram o Cássio, que tomou um frangaço. A realidade é que tecnicamente o Corinthians tem mais time e é mais bem arrumado taticamente. Só que jogo entre times grandes isso não é garantia de nada.

Se o São Paulo jogar nessa tiriça perde o título. Ainda mais porque a equipe do Tite terá a vantagem de decidir no Pacaembu com o apoio de sua torcida.

Ferguson conquistou dezenas de troféus pelo Manchester United

Depois de incríveis 27 anos de trabalho a frente da comissão técnica do Manchester United, o escocês Alex Ferguson anunciou sua aposentadoria. Nesse período foram quase 40 títulos, entre os quais 13 ligas inglesas, 5 Copas da Inglaterra, duas Liga dos Campeões da Europa e dois Mundiais de Clubes. Aos 71 ele deixa os ‘Diabos Vermelhos’ como uma das maiores potências do futebol mundial.

Fico viajando na maionese e pensando se isso seria possível de acontecer aqui no Brasil. Mal dá pra imaginar um técnico terminar uma temporada por aqui, imaginem uma ou duas décadas. Para vai! Vejam o caso do Ney Franco, por exemplo. O cara conquistou a taça da Copa Sul-Americana, terminou o Paulistão com a melhor campanha e ainda assim é tido como um fracassado pelo torcedor são-paulino. Se fizerem uma pesquisa, 99% vão querer demiti-lo. Isso aliás é regra na maioria dos clubes brasileiros. Talvez faça parte um pouco da nossa cultura.

Quem quebra um pouco isso talvez seja o Tite. Já está no Corinthians desde o final de 2010. Lá se vão quase dois anos e meio. E muito em função dos títulos que conquistou (Brasileiro, Libertadores e Mundial), ainda conta com o carinho do corintiano. Mas é só tomar umas duas ou três porradas que vão querer derrubá-lo também.

Olha, pode parecer utopia da minha parte, mas tenho convicção que o primeiro clube que ‘copiar’ o Manchester terá sucesso constante. Afinal, treinador bom precisa de tempo e tranquilidade para trabalhar.

Sempre fui um dos maiores defensores do Paulo Henrique Ganso. Mesmo quando ele estava em um bate-boca danado lá no Santos, desenhando sua saída (traumática, diga-se de passagem!), fiquei do lado dele pela bola que sempre soube que ele poderia render. Só não estou gostando muito da postura dele nesse início de São Paulo. Está pisando na bola nessa cobrança ao Ney Franco por uma vaga no time titular. Ou joga bola, ou não joga. Não tem meio termo.

Treinador está no Tricolor desde julho de 2012

Desde que mundo é mundo um treinador só consegue se manter no cargo se alcançar os resultados positivos. Mas esperem um pouco! Precisa haver um pouco de coerência no planejamento, né? Vejam o caso do Ney Franco no São Paulo. O cara chegou no ano passado, refez todo um trabalho e foi campeão da Sul-Americana com sobras. Aí bastaram alguns resultados ruins para questionarem a capacidade do cara. Para vai! O time é líder do Estadual! Estaria classificado na Libertadores. Se algo saiu errado foi porque a diretoria quis forçar alguns reforços.

No Paulo Henrique Ganso, por exemplo, foi gasta uma baita de uma grana. Mesmo sem suas melhores condições ele tem entrado no time. Pra falar a verdade até meio na marra. E o Lúcio? Poxa vida, a zaga encaixou em 2012 com o Rhodolfo e o Rafael Tolói. Não precisava trazê-lo. Você acaba forçando o treinador a escalar o pentacampeão como titular. O pior é que com toda a experiência que a vida lhe deu o zagueiro ainda dá uns chiliques quando é substituído. É brincadeira??? E mais: que culpa tem o comandante se seu principal artilheiro parou de fazer gols?

A cada dia que passa fica mais evidente as falhas dos dirigentes do Tricolor. Afinal um clube que até 2008 era tido como exemplo de boa organização não pode virar uma várzea de repente. Alguma coisa está errada. É o presidente Juvenal? Sinceramente não sei. Até porque trabalhei com ele no clube em 87 e trata-se de um cartola de alto nível. Começo a achar que o staff dele não está no mesmo nível. Não estão pensando e trabalhando em sintonia.

Mas voltando ao assunto, e o Ney Franco? É claro que ele tem defeitos. Errou em alguns momentos nesse jogo contra o Arsenal pela Libertadores. Sobretudo no quesito tático. Mas ainda assim acho uma tremenda burrice demiti-lo agora. Até porque as falhas recentes estão muito mais ligadas a área diretiva do que técnica. Ah! E pra falar a verdade desde que deram o boné para o Muricy (por esses mesmos caras!) o São Paulo não tem um treinador tão bom quanto o Ney Franco.

Os meias são o cérebro do time de Ney Franco

Tem um monte de especialista aí, descobridor do futebol moderno, que vem dizendo que nessa equipe do São Paulo é impossível juntar os meio-campistas Paulo Henrique Ganso e Jadson na mesma equipe. Isso é conversinha fiada! Desde que mundo é mundo se joga com dois articuladores. O problema é que o avanço da parte física forçou ao longo dos anos os meia a trabalharem mais ajudando na marcação. Ao menos preenchendo os espaços do campo.

Lembro que quando joguei no próprio São Paulo, em meados dos anos de 1980, aprendi muito vendo o deslocamento do Silas e do Pita. Eram dois jogadores cerebrais que sabiam ajudar os volantes. O Silas mais que o Pita, já que este era mais ofensivo. Quando substituía o camisa 10 eu também tinha mais essa função de terceiro homem de frente. Até pela força do meu chute.

É claro que mesmo no passado algumas táticas não mudam. É só ter inteligência para adaptar os caras. Não tenho a menor sombra de dúvidas de que o Jadson e o Ganso podem compor um dos melhores setores de meio do País. Basta ambos serem obedientes taticamente. O camisa 8 não está nem em 50% da sua melhor forma física e técnica. Daqui a pouco, se bem trabalhados pelo Ney Franco, essa equipe do São Paulo terá muito a evoluir. E estou gostando que o treinador está insistindo. Eles precisam de entrosamento e ritmo de jogo.

Ney Franco vem escondendo o treino da imprensa

Fiquei sabendo que nesta semana o técnico Ney Franco vem fechando boa parte dos treinamentos do São Paulo para a imprensa. Talvez na tentativa de esconder algo. Sei lá. Mas posso falar a verdade? Isso não adianta nada. Principalmente hoje em dia onde os avanços tecnológicos são tão grandes. Qualquer adversário tem a disposição todas as informações detalhadas de cada jogador do Tricolor. Só que obviamente esse tipo de atitude não é exclusiva do comandante são-paulino. Um monte de gente faz isso por aí. Pura bobagem.

O que o Ney deveria se preocupar mesmo é com o time do Atlético/MG. O presidente Kalil conseguiu manter a base de sucesso da temporada passada e ainda trouxe reforços de qualidade. Um meio-campo com Ronaldinho e Bernard armando para Jô (Alecsandro) e Tardelli lá na frente tem tudo para arrebentar. Aliás, o Galo tem um baita de um elenco! Se o São Paulo não corrigir seus defeitos defensivos recentes perde esse primeiro duelo pela Libertadores no Independência.

Comparando jogador por jogador, na minha visão, os mineiros levam vantagem individualmente. Rogério Ceni está na frente do Victor. Os volantes são-paulinos também são superiores na minha visão. O Luis Fabiano também é melhor que Jô. Mas todo o restante da equipe do Galo é melhor. Portanto, das duas, uma: ou o técnico do São Paulo está querendo irritar a imprensa com esse joguinho de ‘esconde-esconde’ ou está preparando uma revolucionária inovação tática. Apesar de gostar muito do Ney Franco a primeira opção me parece a mais viável.

Ceni quis passar por cima de Ney Franco

Nunca escondi minha admiração pelo goleiro Rogério Ceni. Tanto é que muita gente me chama de puxa-saco por aí. Nem ligo, até porque o cara é fera mesmo. Mas sou obrigado a criticá-lo por uma atitude pontual no jogo de ontem contra a Liga de Loja pela Sul-Americana. Em determinado momento da partida, querendo mais ofensividade à equipe, o camisa 1 sinalizou para o técnico Ney Franco colocar o Cícero em campo. Segundo ele para ter uma presença fixa na área.

Poxa vida! Espere um pouco, que eu saiba um goleiro tem que impedir que saiam os gols do adversário. Nada mais que isso. Na realidade o ídolo são-paulino é tão bom que ainda faz alguns gols. Mas se quer dar pitacos na escalação do time, que pendure as luvas e vire treinador.

O Ney Franco foi muito bem e ao invés de se omitir, deixou clara sua insatisfação na entrevista coletiva. Como se quisesse colocar ‘cada um no seu quadrado’. Concordo totalmente com o comandante do Tricolor. Se vai haver boicote ou não do goleiro, não sei dizer. Acredito até que não, pelo profissionalismo do Rogério. Mas tenho convicção de que o treinador ganhou mais respeito dos outros jogadores do elenco. Certo mesmo é que foi gerado um mal estar desnecessário no ambiente de trabalho. Desgaste emocional por bobeira. Se pudesse dar um conselho aos dois era o de sentar reservadamente para resolver a parada. Tudo internamente. Sem causar alardes e transtornos.

Há algum tempo venho criticando a diretoria do São Paulo pelas péssimas ações de seu departamento de futebol. Quando não usavam a tática do cobertor curto (tapa um problema e aparece outro), erravam o planejamento de forma descarada. Não preciso nem falar o quão absurdo é o sonho nem tão velado do presidente Juvenal Juvêncio em se tornar treinador. É brincadeira? No alto de seus 80 e poucos anos ele tem descido todos os jogos no vestiário do time para dar palpites. Fora as entrevistas coletivas, que são sempre divertidíssimas.

Treinador deixa a base da Seleção para assumir o São Paulo

Mas não é que ele e seus diretores finalmente deram uma bola dentro? Isso mesmo! Tiraram o Ney Franco da coordenação das Seleções de base. Agora ele é o novo técnico do Tricolor. E pra mim além de ser um cara de grupo e conhecer como poucos o futebol taticamente, o Ney sabe aproveitar a capacidade da molecada. E tendo em vista que o Complexo de Cotia talvez tenha a melhor infraestrutura de preparação de garotos do País, dá pra tirar muitos coelhos dessa cartola.

Certamente o São Paulo vai ganhar muito com a chegada dele. Quem perde, claro, é a Seleção. Até porque a passagem do Ney Franco por lá talvez tenha sido o único ponto positivo dessa ‘Era’ Mano Menezes. Como técnico da base ele ganhou praticamente tudo o que disputou. Com destaque para o Mundial Sub-20 do ano passado e o último Sul-Americano, que classificou o Brasil para os Jogos Olímpicos. Mas aí o Mano quis impor sua autoridade e assumiu o comando do time olímpico. É mole?

Independente dos motivos, o Ney fez certinho em aceitar a proposta do São Paulo. Ele tem a cara do clube e tem tudo para brilhar. Boa sorte!