Abel Braga cobra amizade sincera entre os treinadores de futebol

Alguém acompanhou o que disse o técnico Abel Braga na coletiva após a vitória do Inter sobre o Fluminense? Ele deu a entender a coisa mais óbvia do mundo: a classe dos treinadores é totalmente desunida. Ou seja, é um querendo roubar o emprego do outro. E na maior trairagem possível! Tem cara-de-pau que chega ao ponto de ligar para dirigente de determinado clube quando o companheiro de profissão está balançando no cargo. É brincadeira?

Só achei um pouco curiosa a maneira como o comandante do Inter expressou sua insatisfação. Disse que após a surpreendente goleada de 5 a 0 sofrida para a Chapecoense ele esperava ligações de consolo de outros treinadores. Que isso Abelão!? Que frescura é essa irmão? Nunca vi esse tipo de carinho no futebol e nem tem que ter. Poxa vida! Os técnicos de times grandes contam com uma infraestrutura gigantesca e bons salários para aprenderem a lidar com situações como essa.

E pense bem, a recíproca é verdadeira. Se ele deu o Dorival Junior como o único exemplo de ter ligado para ele após o chocolate dos catarinenses, inverto a situação. Será que o Abel ligou para o Junior quando o Palmeiras levou um saco do Goiás de 6 a 0? Será que ele ligou para dar uma palavra de consolo? Se ligou parabéns pra ele. Mas isso não é uma obrigação. Particularmente acho uma bobagem e é utopia pensar em união de classe. Ainda mais nesse meio de treinadores, onde tem traíra a dar com rodo. Incrível um cara competente e instruído como ele pensar nisso.

Técnico conquistou a Libertadores e o Mundial pelo Inter em 2006

Não tenho procuração para defendê-lo, mas poucos treinadores do futebol brasileiro tem o caráter e a competência do Abel Braga. Quando foi demitido do Fluminense em julho desse ano, apesar das inúmeras propostas, ele se propôs a ficar desempregado esperando uma boa oportunidade. Sem ‘furar’ os olhos de ninguém. E olha que até então ele era o técnico do time campeão brasileiro, hein?

A história que não sai da minha cabeça é de quando esse mesmo Abel treinava a Ponte Preta em 2003. Na ocasião a Macaca andava muito mal financeiramente e não pagava os funcionários. Ainda assim o comandante teve hombridade, ficou no cargo com o elenco limitado e manteve o time na primeira divisão. Conseguiu o milagre de focar os caras apesar das dificuldades.

Agora a diretoria do Inter anunciou o retorno dele para o Beira-Rio. O treinador da primeira conquista da Libertadores e do Mundo retorna ao Colorado após sete anos. Vai tentar reerguer o clube gaúcho que andou patinando nesta temporada. E não tenho dúvidas de que o bom trabalho dele junto com o bom elenco do Inter poderá trazer bons frutos em 2014.

Durante algum tempo ele teve fama de pé frio por chegar perto e não conquistar títulos. Depois daquele ano maravilhoso no Inter tudo mudou. Pra mim não resta dúvidas de que o Abel criou um espírito colorado. Um fará bem ao outro.

Fred: a bola do artilheiro não está entrando em 2013

Na temporada passada, no auge do Fluminense campeão do Brasileirão, escrevi um post dizendo o que me parecia óbvio naquele momento. Até por informações que já tinha de bastidores. Se o time das Laranjeiras perdesse o patrocínio da Unimed entraria em parafuso. Bom, ainda não é o caso. Mas coincidência ou não foi a cooperativa médica entrar em crise financeira para o desempenho da equipe cair substancialmente. Hoje o Flu não é nem sombra do consistente time da temporada passada. E olha que o elenco ainda é praticamente o mesmo, hein? O que estaria acontecendo?

Fui duro naquele momento e ainda acho que a diretoria deveria ter investido em infra ao invés de gastar rios de dinheiro com jogadores renomados e técnicos de grife. Afinal um clube com a tradição do Fluminense precisa ter um Centro de Treinamento de alto nível para os profissionais (assim como existe a base em Xerém). Um lugar dispondo de academias modernas para trabalho de fisiologia, fisioterapia e tudo mais que necessita um atleta de ponta.

O atacante Fred, principal jogador do Flu, é um exemplo da clara má fase que o clube atravessa. Nos outros anos o artilheiro alcançou médias impressionantes de quase 0,8 gol por jogo. Em 2013 não tem nem metade disso. Má fase técnica? Não acredito. Até porque ele arrebentou pela Seleção Brasileira na Copa das Confederações. Acho que alguma coisa está errada dentro do clube. E não adianta falar que a filosofia do Luxa não colou. O Abel, comandante campeão, também rodou. Portanto gostaria de entender e ter uma resposta: onde estão os guerreiros campeões? É falta de salários, bichos ou o que?