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Pressão é normal, mas sem violência!

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Corintianos invadem CT na manhã deste sábado

Corintianos invadem CT na manhã deste sábado

Fui jogador do Corinthians por quase 7 temporadas. Nesse período, sem falsa modéstia e aceitem os que me odeiam ou não, era cobrado como o principal jogador do time. Era o maior responsável por fazer os gols e decidir as partidas. Quem viveu esse período sabe disso. E como qualquer mortal vivia às vezes alguns momentos difíceis. E aí a torcida caia matando! A pressão era enorme e tive que aprender a lidar com aquilo. Cheguei a tomar uns tapas, algo que repudio de fato, mas viver com cobrança foi meu ritmo de vida nesse período.

Neste sábado alguns torcedores organizados invadiram o CT Joaquim Grava para cobrar o time. Tenho três coisas a dizer: primeiro que a invasão em si é errada. Afinal o clube é um local privado. Em segundo lugar, violência, coisa que pelo que soube não existiu, também é uma coisa abominável. Agora a pressão, com todo respeito, é a coisa mais normal do mundo. Sobretudo nesse esporte aqui no Brasil onde a paixão ultrapassa na maioria das vezes a razão. Se a boleirada do Timão não quer ser pressionada, mude de profissão. Ora bolas, se o cara ganha uma bala tremenda e rende pouco, precisa ser cobrado. Senão pela direção do clube, pela torcida. Mas repito, sem violência!

Até pelo avanço da mídia, hoje a repercussão das coisas é muito maior do que no meu tempo. Esse tipo de comportamento da torcida pode ser o termômetro de que a direção do clube precisa mudar radicalmente alguma coisa. Do jeito que as coisas estão não dá pra ficar. E não é nem pela goleada sofrida pelo Santos não. A crise técnica vem desde o Brasileirão do ano passado. Parece que a equipe ganhou a Recopa e deu um apagão nos caras. Agora é tempo de recomeçar. E com uma baita pressão a tira colo.

Em tempo: Que fique clara uma coisa! Se existiu violência de alguma forma, com jogador ou com algum outro funcionário do clube, que os culpados sejam punidos. Porque aí se transforma em caso de polícia. Aliás, invasão de um lugar privado já é um caso de polícia. Furto nem se fala, né?